Foto: Arquivo Girbrasil
Embrapa/Girgoiás
Em 1995, um grupo criadores de Gir do Estado de Goiás, vinculados a Associação Goiana dos Criadores de Gir, decidiu que o Estado deveria lutar para ter um teste de progênie e dar a oportunidade de testar cientificamente as linhagens aqui produzidas há décadas, sob pena de perdê-las sem o devido conhecimento das suas potencialidades para a produção de leite.
É sabido que importantes e valorosos criadores de Gir no Brasil nunca se preocuparam com a produção de leite dos seus animais, criando-os exclusivamente com base num padrão que priorizava o porte e a beleza das características raciais. Isso, em confronto com o outro grupo que considera a produção de leite a mais importante no Gir, gerou uma divisão que quase levou o Gir a bancarrota. O resultado foi à existência de duas associações nacionais representativas da raça: a Assogir e Abcgil; a denominação de Gir padrão e Gir Leiteiro, que, recentemente, obrigou a ABCZ a adotar dois julgamentos da raça, um para os leiteiros e o outro para, como diz Gabriel Andrade, os “racistas”.
É verdade que leiteiros e padrãozeiros não se bicam. Mas já foi pior. As novas gerações de criadores, principalmente os herdeiros dos tradicionais rebanhos, têm visões diferentes dessa convivência e são mais empreendedores e lidam com essa divisão com menor vigor passional.
Quando Goiás decidiu iniciar um teste de progênie, em nenhum momento estava excluindo a importância do teste existente da Abcgil, mas julgando que com isso estaria complementando a seleção de Gir leiteiro no Brasil ao abrir uma nova frente de pesquisa, com linhagens alternativas, que ainda não foram testadas e que podem ser uma alternativa para a ampliação da base genética do Gir leiteiro nacional.
Com essa filosofia e com esses propósitos, Goiás buscou o governo federal e de Goiás para, juntos fundar o Programa de Melhoramento Genético de Gir para leite do Estado de Goiás e já está na sua 4º bateria de touros.
Implantar e consolidar este teste em Goiás não foi fácil. Pois foi necessário convencer, primeiro o governo, por meio da Embrapa e depois os criadores da importância de evento como este. Para isso, no campo da pesquisa, Mário Luiz Martinez (foto), pesquisador da Embrapa Gado de Leite, fundador e ideólogo do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro Embrapa/Abcgil, foi uma pessoa extremamente importante.
Martinez, com sua sabedoria de cientista, de olho no futuro da raça, na evolução de uma raça leiteira brasileira, com responsabilidade social para a produção de alimento para o país, abraçou a idéia e colaborou desicivamente para a elaboração e execução do projeto que lançou o teste de progênie de Goiás.
Emílio da Maia de Castro (foto de chapeu) é o atual presidente da Associação Goiana dos criadores de gir foi quem deu continuidade ao teste de progênie. Rui da Silva Verneque (foto) é pesquisador da Embrapaq Gado de Leite, responsável pelo teste de progênie de Goiás e da Abcgil.
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