Dalua do Rosa

Dalua do Roza, filho de Caruso HL com Diana da São José, pertence ao criador Rosimar Silva, da Fazenda Santa Clara, no municipio Bela Vista de Goiás, cidade reconhecida nacionalmente como a capital Goiana da Raça Gir. Dalua do Rosa, que tem Igenity 7, integra a 4ª Bateria de Touros do Programa de Melhoramento Genético para Leite da Raça Gir em Goiás, desenvolvido pela Embrapa Gado Leite, em parceria com a Associação Goiana dos Criadores e Gir - Girgoiás. A fazenda Santa Clara vende permanentemente Matrizes, Tourinhos Gir e prenhezes sexadas de fêmea. (62) 8415-3211

História, beleza e produtividade


Foto: Arquivo Girbrasil


Ustacha ZS (Caruso X Lambarina ZS), lactação 5.776 kg de leite, irmã de Dalua do Rosa. Ustacha é mãe de Gamazonic, touro leiteiro, pai de touros em teste de progênie Embrapa/Girgoiás. Gamazonic pertence ao casal Didi Garrote e Rosângela Nunes. Ustacha ZS é de propriedade de José Roberto Nunes de Castro, o "Zezão", neto de Alberto Pereira Nunes Filho.





Dalua do Rosa



Dalua do Rosa (foto), inscrito na 4ª bateria de touros Embrapa/Girgoiás, edição 2008, é um tourinho de mãe com controle leiteiro médio, levando em consideração as grandes lactações nacionais, mas uma vaca extremamente caracterizada, profunda, arqueada, leiteira nas condições de pasto. Diana da São José é filha de Visual da São José, touro provado no catálogo ABCZ/Unesp, com PTA de 112 kg. Visual era um touro profundo, o preferido de Alberto Pereira Nunes Filho, da Estância São José, em Trindade (GO). Tem como característica principal o melhoramento de úbere, produzindo úberes bem colocadas com tetas médias e bem espaçadas, ideais em vacas leiteiras.


Dalua é filho de Caruso HL, resultado de acasalamento consangüíneo do touro Alecrim Velho. Caruso HL vem do rebanho de Walter de Melo, descoberto por Hélio Ronaldo Lemos. Ele era filho de um touro de nome “João de Souza”, em homenagem ao criador Goiano com o mesmo nome. João de Souza era filho de Alecrim Velho.


A mãe de Caruso HL é Campina, filha de Alecrim Velho na Pequena, que também era filha de Alecrim Velho na Dançarina, uma vaca de procedência do rebanho dos “Catarinos” do Estado da Bahia. Os “Catarinos” foram importantes criadores de Gir da época, responsáveis pela introdução de animais importados no resto do Brasil.


Linhagem Alecrim

Alecrim Velho (foto), como é conhecido, pois existe o Alecrim II, descente diretamente do touro importado Krishna, por meio do seu filho Krishna Sakina, o “Krishninha”, cujo registro foi de número 6666. “Krishninha”, “6666”, ou Krishna Sakina foi o filho de Krishna Importado mais preferido na época pelos criadores brasileiros. Alecrim herdou do pai e da mãe, Armênia DC, uma vaca filha de Redino em vaca que vem de Gaiolão Importado, qualidades leiteiras que se perpetuam até hoje. Armênia DC (foto), mãe de Alecrim Velho, é neta de Triunfo, touro que fez fama no Estado de São Paulo pelos valores astronômicos pelos quais foi adquirido no ano de 1946, por Júlio Batista da Costa Filho e Nilo Jacinto lemos, em Franca (Pela quantia atualizada de quase 2 milhões de reais). Triunfo é filho de Guilherme II, que é filho de Gaiolão Importado na Fortuna. Fortuna vem da linhagem Maxixe, que também é considerada bastante leiteira.


Alecrim e Caruso serviram o plantel de Zeid Sab, na Fazenda Americana, em Avaré (SP). Essa informação é importante porque é sabido que o plantel ZS foi o mais leiteiro de todos os planteis de animais padrão do Brasil. Foi uma pena Zeid Sab não ter feito controle leiteiro oficial em todo o seu rebanho, pois descobriria linhagens altamente leiteiras. É comum encontrar vacas com excelentes lactações oficiais oriundas do plantel de Zeide Zab. Ao que parece, José Sab Neto, filho e herdeiro de Zeid Sab, fará essa reparação na história do Gir brasileiro fazendo a pesagem do leite de suas vacas, na fazenda Americana, no município de Uberaba (MG), para onde se mudou com tudo que herdou do pai.


Outro sinal de que a linhagem Alecrim é leiteira vem da Fazenda Café Velho, de José Luiz Junqueira Barros, que está investindo na formação de um plantel altamente caracterizado e leiteiro, tendo como base a linhagem Alecrim, aspirando suas melhores vacas, que estão em controle leiteiro, com o touro Alecrim II, filho de Alecrim Velho. Bi, como é conhecido José Luiz Junqueira Barros, já tem vários produtos desse touro e acredita que esse é um dos caminhos para produzir vacas leiteiras dentro do seu rebanho. Além de Alecrim, Bi usará, com o mesmo propósito, os Touros Roopano Dhari e Krishna Sakina Prema, um filho de Krishninha na vaca de nome Prema.


Compromisso

A exemplo de Dalua do Rosa, vários touros colocados em teste de progênie Embrapa/Girgoiás também têm história na formação do rebanho nacional e podem contribuir ainda mais para o avanço e a consolidação do Gir Leiteiro brasileiro.


Como foi possível perceber na genealogia do touro Dalua uma fabulosa história de luta de vários criadores em diferentes épocas da pecuária nacional, que com suas crenças e conhecimentos da época deram o melhor de si para desenvolver uma raça. Evidentemente que muitos cometeram equívocos, mas trabalharam com suas crenças e convicções para produzir animais e linhagens que não podemos desprezar sem o verdadeiro conhecimento científico de suas potencialidades.


Dalua do Rosa vem exatamente para cumprir seu papel de resgatar a história dos seus antepassados e mostrar se o valor genético acumulado ao longo de mais de meio século de seleção dessas diversas linhagens que o produziu ainda servirá ao projeto brasileiro de formar uma raça leiteira genuinamente brasileira.






Rosimar Silva

Fazenda Santa Clara

Bela Visa de Goiás (GO)






Dalua do Rosa mamando em seu primeiro dia de vida na Fazenda Santa Clara, em Bela Vista de Goiás. Diana da São José, sua mãe, tem lactação de 3.100 kg de leite, pesagem na 1º lactação.







Teste de Progênie Girgoiás/Embrapa


Foto: Arquivo Girbrasil

Rosimar Silva, Athos Magno, Juscelino K. Gomes (JK) e Gilmar Cordeiro, foram os criadores que formataram a idéia do teste de progênie de Goiás e foram eles também, que negociaram o primeiro convênio da Girgoiás com o governo Federal para liberação de recuros para implantar o projeto.

Embrapa/Girgoiás


Em 1995, um grupo criadores de Gir do Estado de Goiás, vinculados a Associação Goiana dos Criadores de Gir, decidiu que o Estado deveria lutar para ter um teste de progênie e dar a oportunidade de testar cientificamente as linhagens aqui produzidas há décadas, sob pena de perdê-las sem o devido conhecimento das suas potencialidades para a produção de leite.

É sabido que importantes e valorosos criadores de Gir no Brasil nunca se preocuparam com a produção de leite dos seus animais, criando-os exclusivamente com base num padrão que priorizava o porte e a beleza das características raciais. Isso, em confronto com o outro grupo que considera a produção de leite a mais importante no Gir, gerou uma divisão que quase levou o Gir a bancarrota. O resultado foi à existência de duas associações nacionais representativas da raça: a Assogir e Abcgil; a denominação de Gir padrão e Gir Leiteiro, que, recentemente, obrigou a ABCZ a adotar dois julgamentos da raça, um para os leiteiros e o outro para, como diz Gabriel Andrade, os “racistas”.

É verdade que leiteiros e padrãozeiros não se bicam. Mas já foi pior. As novas gerações de criadores, principalmente os herdeiros dos tradicionais rebanhos, têm visões diferentes dessa convivência e são mais empreendedores e lidam com essa divisão com menor vigor passional.

Quando Goiás decidiu iniciar um teste de progênie, em nenhum momento estava excluindo a importância do teste existente da Abcgil, mas julgando que com isso estaria complementando a seleção de Gir leiteiro no Brasil ao abrir uma nova frente de pesquisa, com linhagens alternativas, que ainda não foram testadas e que podem ser uma alternativa para a ampliação da base genética do Gir leiteiro nacional.

Com essa filosofia e com esses propósitos, Goiás buscou o governo federal e de Goiás para, juntos fundar o Programa de Melhoramento Genético de Gir para leite do Estado de Goiás e já está na sua 4º bateria de touros.

Implantar e consolidar este teste em Goiás não foi fácil. Pois foi necessário convencer, primeiro o governo, por meio da Embrapa e depois os criadores da importância de evento como este. Para isso, no campo da pesquisa, Mário Luiz Martinez (foto), pesquisador da Embrapa Gado de Leite, fundador e ideólogo do Programa Nacional de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro Embrapa/Abcgil, foi uma pessoa extremamente importante.

Martinez, com sua sabedoria de cientista, de olho no futuro da raça, na evolução de uma raça leiteira brasileira, com responsabilidade social para a produção de alimento para o país, abraçou a idéia e colaborou desicivamente para a elaboração e execução do projeto que lançou o teste de progênie de Goiás.




Emílio da Maia de Castro (foto de chapeu) é o atual presidente da Associação Goiana dos criadores de gir foi quem deu continuidade ao teste de progênie. Rui da Silva Verneque (foto) é pesquisador da Embrapaq Gado de Leite, responsável pelo teste de progênie de Goiás e da Abcgil.

Ursa ZS, filha de Alecrim II - Tia de Dalua do Rosa
Castor HRL, filho de Caruso, irmão de Dalua do Rosa.